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Números (e a mágica de medir a coisa certa)
Este conteúdo foi atualizado em: 10/06/2020
Você presta atenção àquilo que você mede, e o que você presta atenção geralmente melhora. Números turbinam a mensuração porque números são fáceis de comparar.
Números são difíceis de esconder. Aí temos o problema.
Renda é fácil de medir, então caímos na armadilha de achar que quem tem renda maior é melhor, mais feliz ou de alguma forma mais merecedora de respeito e dignidade. Curtidas são fáceis de medir então as redes sociais se tornam uma corrida para o fundo do poço, onde o puxa-saco e o exibicionista vencem. Opiniões 5 estrelas são fáceis de medir, então artistas se sentem sob pressão para conseguí-los.
Mas espere!
O que significa “vencer”? Maximizar o número mais conveniente vai de fato produzir o impacto e o resultado que você queria? O trabalho mais importante é sempre o mais popular? Aceitação geral é traduzida em impacto significante? Ou até vendas significantes? A lista dos livros best-sellers é também a lista dos melhores livros?
De quem são essas opiniões? São baseadas em expectativas (uma função do marketing) ou são baseadas no impacto que você tentava causar? Acontece que livros e filmes excelentes recebem muitas opiniões negativas—porque ítens populares atraem mais usuários, e esses usuários podem não ser as pessoas que você tentava agradar.
Pense nas taxas de graduação. O jeito mais fácil de fazê-las subir é diminuindo a média exigida. Ou tentando transferir estudantes ruins para outras escolas. Quando perdemos a visão do que é realmente importante na nossa pressa de mantermos o mensurável, nós fracassamos.
Os números certos é que importam. 100 anos atrás, Henry Ford descobriu como construir um carro muito mais barato do que seus concorrentes. Ele vendia o Modelo T por uma fração do que custava pra outras empresas fabricarem os seus carros. Aí então, medir o custo de manufatura se tornou urgente e essencial.
E agricultores descobriram que o rendimento (yield) era o segredo do sucesso então toneladas por hectare se tornou a coisa mais importante a ser medida. Até que as pessoas começaram a prestar atenção no sabor, dados nutricionais e efeitos colaterais.
E aí os generais começaram a medir por a “contagem de corpos”…
Quando você mede a coisa errada, você alcança a coisa errada. Talvez você possa ser preciso na sua mensuração, mas precisão não traduz em importância. Por outro lado, quando você consegue expor o seu trabalho e o seu processo do jeito certo, focado na métrica que realmente importa, coisas boas acontecem. Nós precisamos investir mais tempo avaliando o que medir e menos tempo nos obcecando nos números que já estamos medindo.
Texto publicado originalmente em inglês e traduzido com autorização de Seth Godin. Acesse a versão original.
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