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Embalagens sustentáveis no e-commerce: por que e como aderir?
Até alguns anos, iniciativas ecológicas eram raridade no varejo. Hoje, no entanto, com a sustentabilidade em pauta, as empresas perceberam que precisam se envolver mais em práticas ecológicas e participar ativamente da preservação do meio ambiente.
Essa mudança de chave significa encontrar maneiras de produzir e comercializar de forma mais sustentável, pensando, é claro, na conservação ambiental, mas também em agregar valor para a marca e para os produtos, chamar a atenção do cliente e se destacar no mercado.
Se você tem ou gerencia um e-commerce e quer ter uma operação mais “verde”, continue no texto e confira como usar embalagens sustentáveis para despachar os pedidos e surpreender os clientes.
O que torna uma embalagem ecológica?
Ela recebe essa classificação quando é feita de material orgânico, reciclável ou biodegradável, quando é produzida utilizando o mínimo de energia e de recursos naturais e quando causa o menor impacto ambiental possível assim que é descartada.
O Sustainable Packaging Coalition define oito critérios para que uma embalagem seja considerada sustentável:
- É benéfica, segura e saudável para indivíduos e comunidades ao longo de seu ciclo de vida
- Atende aos critérios de mercado para desempenho e custo
- É obtida, fabricada, transportada e reciclada usando energia renovável
- Otimiza o uso de materiais de origem renovável ou reciclada
- É fabricada com tecnologias de produção limpa e melhores práticas
- É feita de materiais saudáveis
ao longo de todo o ciclo de vida - É fisicamente projetada para otimizar materiais e energia
- É efetivamente recuperada e utilizada em ciclos biológicos ou em industriais de ciclo fechado
Por que usar embalagens sustentáveis no e-commerce?
Ser mais sustentável pode ajudar seu comércio eletrônico a ampliar a cartela de clientes e fidelizá-los com mais facilidade. Os impactos também são sentidos no armazenamento dos produtos, que se torna mais eficiente, uma vez que as embalagens com menos materiais não precisam de grandes espaços de estoque. Outro ponto é percebido no custo do envio, que passa a ficar mais barato porque os pacotes estão menores.
Estudos vêm mostrando um novo mindset dos consumidores, que estão cada vez mais envolvidos com a sustentabilidade e privilegiando marcas que adotam uma pegada ecológica.
Pesquisa Ipsos/Fórum Econômico Mundial com 21 mil pessoas de 28 países realizada em 2020 revela que 86% querem ver mudanças significativas no mundo, com um mercado mais sustentável
Levantamento da Nielsen indica que 48% dos consumidores estão dispostos a mudar seus hábitos de consumo para reduzir o impacto sobre o meio ambiente. Para 2021, a consultoria estima que apenas nos Estados Unidos as vendas de produtos ecológicos atinjam US$ 150 bilhões; cifra 17% mais alta que há três anos.
Análises da consultoria de tendências WGSN apontam que os consumidores esperam mudanças por parte das empresas para ampliar as soluções ecológicas, acelerar a inovação e democratizar a sustentabilidade.
Do ponto de vista da sustentabilidade no e-commerce, todas as embalagens de alto impacto ambiental devem ser revistas. Como estratégias de negócios, a WGSN recomenda fazer parcerias com empresas de reciclagem, evitar materiais virgens de uso único, envolver os consumidores nas embalagens retornáveis e respaldar as atitudes com certificações relevantes. “Resolver esses problemas agora significa que você estará à frente da política de embalagens em evolução”, pontua.
Embalagem sustentável para roupas
No segmento de moda, por exemplo, a escolha de embalagens recicladas, recicláveis ou reutilizáveis deve ser feita com cuidado. “Compreender os prós e os contras em relação aos seus ecossistemas é fundamental quando se trata de planejar estratégias de curto, médio e longo prazo para atingir continuamente a redução geral de CO2”, considera a consultoria.
Um exemplo vem da marca de roupas britânica Finisterre, que se uniu à Aquapak para que as peças fossem embaladas somente em sacolas plásticas solúveis em água, recicláveis, biodegradáveis e de decomposição inofensiva no solo e no mar. O material se decompõe de forma rápida em água acima de 70ºC.
Em uso desde 2019, essa solução, segundo a empresa, eliminou o plástico não biodegradável de toda a cadeia de produção.
Para despachar pedidos feitos no e-commerce, a marca utiliza papel kraft, que é reciclável
Tipos de embalagens sustentáveis
Não existe uma solução ecológica única em embalagens para e-commerce. A seguir, selecionamos alguns tipos possíveis de implementar.
Papel reciclado
Utilizar matéria-prima reciclada para embalar pedidos é uma forma de ampliar a vida útil dos materiais. Pode ser papel, papelão e papel cartão.
No caso de caixas de papelão, dê preferência aos fornecedores que garantam que as matérias-primas são de origem sustentável.
Um exemplo muito utilizado para embalar mercadorias no e-commerce é o papel kraft (ou pardo), material reciclável e reciclado. Ele pode ser usado para fazer envelopes, sacolas e caixas para acomodar roupas e objetos que não sejam frágeis.
Converse com o seu fornecedor para conferir a viabilidade de usar o papel kraft na produção de embalagens sustentáveis personalizadas para a sua marca. Você pode inserir a sua logo, uma frase, etc.
Embalagem que vira planta
Embalagens de papel que viram plantas e hortaliças estão cada vez mais populares no comércio eletrônico. São “pacotes plantáveis” com sementes embutidas para que os clientes possam germiná-las em vez de jogar no lixo.
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Essa opção funciona muito bem para itens pequenos e leves, como maquiagens, cosméticos e joias.
Embalagem feita a partir de plantas
Cogumelos, algas marinhas e milho são a base dessas embalagens. Para esse tipo, o cuidado está em garantir a integridade da mercadoria durante o transporte. Se você estiver vendendo alimentos, é essencial se certificar de que a embalagem vai proteger o produto sem afetar o sabor. Para enviar itens volumosos, a recomendação é optar pelas que são feitas de milho ou cogumelos.
Embalagem de plásticos biodegradáveis e compostáveis
Outra opção ecológica para embalar produtos é o plástico obtido do bagaço de cana-de-açúcar, que é atóxico, inodoro, insípido, biodegradável e compostável. A fabricação e o descarte do material não geram poluentes.
O “I’m green”, da Braskem, surgiu em 2010, no Rio Grande do Sul, e foi o primeiro plástico de fonte renovável produzido em escala industrial no mundo. O produto, segundo a empresa, é feito de cana-de-açúcar, e o processo de fabricação captura CO2.
O custo, segundo levantamento da Uni Embalagens, que assessora negócios na escolha de embalagens, é 12% mais alto que o plástico comum.
Outra opção é o D2W, um aditivo oxibiodegradável que quando adicionado ao plástico comum o transforma em oxibiodegradável. O produto é certificado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Já o SeaPlast é feito por plásticos retirados do litoral do Brasil.
Alternativas ao plástico-bolha e ao isopor
Existem opções mais sustentáveis e igualmente eficientes ao plástico-bolha tradicional. Para proteger objetos delicados e garantir a integridade do produto durante o transporte, você pode optar por alternativas em papel, como o Geami.
Trata-se de um papel com estrutura semelhante a favos de mel em 3D que protege objetos frágeis e reduz o risco de acidentes. É só envolver o produto no papel, encaixar os favos para fechar, dispensando o uso de fita adesiva.
Outra opção é o extrusado de milho (nome comercial Bio Pack), material biodegradável em formato de tubos com 3 centímetros de comprimento na cor verde. Eles podem ser utilizados para preencher embalagens, absorver impactos e proteger objetos delicados. Por serem leves, têm pouca influência no peso final do produto despachado.
Para substituir o isopor e também o plástico-bolha, a opção é a Bioespuma, uma espuma de poliuretano atóxica, feita 100% de materiais renováveis e biodegradável — a degradação total, segundo a Kehl, empresa detentora da patente, acontece em até dois anos.
O produto tem aplicação em embalagens, em substituição ao plástico-bolha, em bandejas sementeiras e para hidroponia, entre outros.
Dicas para fazer a transição de embalagens no e-commerce
É interessante que a mudança para soluções ecológicas em embalagens cumpra algumas etapas. O primeiro passo é fazer a transição de forma gradativa: não troque tudo de uma vez. Mudanças bruscas podem sobrecarregar a sua equipe, que terá dificuldade de implementar e comunicar a iniciativa aos clientes da melhor maneira.
Sem contar que uma transição gradual tem a vantagem de acompanhar em tempo real quais embalagens deram certo e quais não tiveram o resultado esperado. Uma dica bacana é solicitar amostras de embalagens para o fornecedor.
Ao escolher as novas embalagens, considere os seguintes fatores:
Compatibilidade com os produtos
A embalagem tem a ver com a sua marca e valoriza os produtos? Outro ponto para ficar de olho é que o cliente precisa conseguir abrir o pacote com facilidade.
Durabilidade
Quesito importante! A embalagem deve ser durável e aguentar os impactos durante o transporte. Aqui, vale fazer alguns testes para “estressá-la” e verificar se é realmente segura para o seu produto.
Tamanho e peso
Atente-se a esses quesitos para não encarecer os custos de envio. O ideal é que as novas embalagens sejam duráveis, compatíveis com os produtos e tenham o tamanho e o peso indicado para o tipo de mercadoria comercializada.
Preço
Conforme o tipo de embalagem que você escolher, pode acabar pagando mais caro por ela. A solução é adequar os valores dos seus produtos, fazendo cálculos para garantir que o negócio não seja prejudicado.
Se você quer deixar seu e-commerce mais sustentável, considere investir em embalagens que utilizem materiais ecológicos. Isso significa que pode ser necessário mudar de fornecedor. Acompanhe de perto esse processo para garantir que todas as iniciativas sejam cumpridas.
E se precisar de ajuda nesse processo, seja para a sugestão de embalagens quanto para fazer a comunicação aos clientes, conte com a Nação Digital, agência de marketing voltada para e-commerces. Clique na imagem abaixo para ganhar uma consultoria!
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