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Entenda o conceito e a importância do slow content
Este conteúdo foi atualizado em: 17/11/2022
“Calma, respira”. Quantas vezes você já escutou essa frase na vida real? Melhor ainda, quantas vezes precisou dizê-la a alguém ou até reforçar para si mesmo em voz alta? Acontece que desacelerar não é positivo apenas no offline, na vida que ninguém vê, mas também no universo online, entre curtidas, comentários e compartilhamentos.
Não por acaso, o slow content surgiu com o objetivo de proporcionar mais qualidade mental à rotina de quem trabalha com produção de conteúdo para a web e, consequentemente, de quem consome.
Quer entender melhor esse conceito, sua importância, além de como instituí-lo como lema de vida pessoal e profissional? Continue a leitura deste texto!
O que é slow content?
O último Data Never Sleeps 9.0 da Domo, plataforma de integração de dados e BI, mostrou como a pandemia de 2020 mudou tudo e a conclusão foi unânime: “os dados nunca dormem e não mostram sinais de desaceleração”.
No infográfico abaixo, para se ter exemplo, é possível notar que no Instagram, 65 mil fotos são compartilhadas a cada minuto; no TikTok, 167 milhões de pessoas assistem a vídeos; enquanto que no Slack — programa popularmente utilizado para comunicações internas de empresas — 148 mil mensagens são enviadas. Além disso, a população na internet cresceu de 4,5 bilhões em 2020 para 5,2 bilhões em 2021.
Esse cenário hiperconectado provoca a ideia de que é preciso estar em guerra constante com outros criadores de conteúdo, sempre oferecendo o máximo possível de produções. Tudo isso seguindo a ideologia de que o tempo de interação dos usuários com a marca também será maior, já que se entrega mais.
Contudo, ainda que uma frequência de postagens possa favorecer mídias sociais e blogs, por exemplo, as chances da qualidade do material ser afetada também acompanham esse crescimento no volume de produções.
A imagem da marca também pode ser prejudicada, resultando em rejeição por parte dos usuários.
Nesse contexto, o slow content surge como um manifesto, uma estratégia inspirada no slow living, e tem como foco um processo de produção de conteúdo no qual a quantidade é deixada de lado. Para o slow content movement, não importa o quanto se cria, mas como, por que e para quem.
Quem apoia esse movimento defende que a ideia de respeitar os próprios limites é imprescindível — deixar de lado o piloto automático e investir em verdade, propósito e identidade é o mantra do slow movement.
Importância do slow content
Muito mais do que uma oportunidade de estratégia no marketing digital, o slow content precisa ser compreendido por meio do objetivo principal que possui: garantir a qualidade de vida e a saúde mental de quem trabalha com criação de conteúdo.
Isso porque a exigência dos algoritmos de estar gerando novos materiais para as redes a todo momento, expondo a própria imagem, competindo com outros criadores e bombardeando os usuários com novas informações, pode ocasionar diversos problemas à saúde de quem produz e quem consome.
Em cenários como esse, podem ser comuns crises de ansiedade, pânico, depressão e síndromes atreladas ao excesso de trabalho, como é o caso do Burnout — também conhecido por Síndrome do Esgotamento Profissional, sendo caracterizado como distúrbio psíquico e doença ocupacional incluída na 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11).
Para se ter ideia, o stress profissional afeta 72% dos brasileiros, frequentemente causando adoecimento, e 32% sofrem da Síndrome de Burnout, conforme dados da International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR).
Da mesma forma, o consumo excessivo de informações online interfere na captação de conteúdos de qualidade, assim como resulta em cansaço emocional e mental, gerando procrastinação e ansiedade, além de problemas físicos, como dores de cabeça e nos olhos — sintomas ocasionados pelo uso desregrado de telas.
Como praticar o slow content?
Mas afinal, como aderir ao slow content na rotina? Existem algumas formas de torná-lo possível e ampliar as possibilidades quando o assunto é produção de conteúdo na internet e saúde emocional e física.
Para clarear esse caminho, a seguir você confere algumas sugestões de ações e atitudes para começar a colocar em prática o quanto antes.
Reduza o volume de publicações
Existe um fenômeno denominado infoxication, infoxicação em português. Ele se refere à dificuldade que as pessoas possuem, atualmente, de tomar decisões perante uma quantidade excessiva de informação.
Esse neologismo entre informação e intoxicação acaba sendo fortalecido por conta da disputa que as mídias travam entre si, na qual as marcas estão o tempo todo disparando conteúdos.
Por isso, se você cria todos os dias e posta cada passo que dá, começar reduzindo o número de publicações é o caminho.
Tenha em mente que as pessoas realmente interessadas no seu conteúdo não vão te abandonar. Pelo contrário, vão ansiar por atualizações suas e do seu negócio. Por outro lado, as chances de criar rejeição nos usuários enchendo a barrinha dos stories de pontinhos, sempre será maior.
Respeite sua saúde
Quando o excesso de trabalho bate à porta, não demora muito para que o corpo dê sinais de que algo está errado. A mente, então, pode ser a primeira a confirmar a teoria de que, sim, as coisas estão fora do controle.
Portanto, alimente-se bem, pratique exercícios físicos, não troque suas noites de sono por horas acordado criando, beba água e faça pausas. Até a ida ao banheiro não deve ser adiada e pode trazer consequências que, diferentemente de um conteúdo efêmero, podem ser eternas.
Defina um propósito
Por que você cria? Se não sabe a resposta para essa pergunta, talvez seja a hora de parar e rever os seus planos profissionais como criador de conteúdo. Vale lembrar que objetivo é diferente de propósito. Seu objetivo, por exemplo, pode ser ter 2 milhões de seguidores em dois anos ou abrir uma marca própria. De forma clara, o objetivo é onde você quer chegar.
Quanto ao propósito, ele está diretamente relacionado a quem você é, ao que acredita e aos valores que possui. Em um nível profundo, é a bússola que norteia os seus atos.
Ao encontrá-lo, talvez perceba que muitas criações, no fundo, não possuem nenhuma relação com o seu propósito.
Produza apenas informação de valor
Juntamente com a definição de um propósito e além de reduzir a quantidade de criações, é preciso que os conteúdos trabalhem informações importantes para o público que você deseja atingir.
Recentemente, o Google confirmou o lançamento da Google’s helpful content update, uma atualização útil que deve interferir, principalmente, em sites que produzem grande quantidade de conteúdo insatisfatório ou inútil, cuja produção é focada nos mecanismos de pesquisa, e não em ajudar o usuário.
De acordo com a empresa, “a atualização de conteúdo útil tem como objetivo recompensar melhor o conteúdo que oferece uma experiência mais satisfatória aos visitantes, enquanto o conteúdo que não atende às expectativas do visitante não terá um bom desempenho”.
Sem dúvidas, o SEO não deve ser inviabilizado. Contudo, é preciso que o conteúdo criado tenha valor. Ou seja, que ele faça sentido para o usuário, proporcionando conhecimento e uma boa experiência.
Crie um espaço seguro
Criar um espaço seguro é uma maneira de evitar prejuízos emocionais e físicos em relação à forma de consumir conteúdo na internet. Portanto, não tenha medo de ficar alguns dias sem publicar novos conteúdos, ou até mesmo dar unfollow naquela conta que, lá no fundo, não te faz bem.
Já se você gerencia uma agência de publicidade, por exemplo, que é responsável por terceirizar a produção de conteúdo de outras marcas, crie um ambiente de acolhimento aos seus colaboradores.
Permita que eles compartilhem como se sentem em relação ao número de demandas e, se alguém estiver se sentindo sobrecarregado, elabore um plano de ação para aliviar a situação e busque por melhorias nos processos.
Desacelerar é preciso
Como diria o poeta, “navegar é preciso”, mas desacelerar também é. Sendo assim, se você trabalha com produção de conteúdo para a web, que tal colocar o pé no freio naqueles dias em que a mente está longe, em outro lugar?
Às vezes, a inspiração para o trabalho pode estar onde menos se espera, como ao abrir um livro, visitar um museu, escrever sobre os próprios sentimentos, durante uma conversa com os amigos, naquele esporte preferido… ela pode, sim, estar fora do mundo virtual!
Lembre-se que a seletividade no consumo e na produção de informações é indispensável para manter a atividade mental em equilíbrio. Existe uma vida fora das telas. Descubra-a!
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