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Consumidor do Futuro: conheça os perfis de 2023

Imagem de um cachorro recebendo carinho de duas pessoas, uma mulher e um homem. Eles parecem estar contentes.

É unânime que vender bem está diretamente atrelado ao quanto uma empresa conhece e satisfaz os perfis de consumidores de cada nicho de mercado. Acontece que eles não são estáveis e estão em constante transformação. Isso ocorre por conta das mudanças sociais, econômicas e até mesmo políticas que o mundo enfrenta a cada segundo.

Para analisar essas metamorfoses, a Worth Global Style Network (WGSN), uma das maiores empresas de previsão de tendências e dados analíticos, lança anualmente o relatório Consumidor do Futuro.

Ficou curioso e quer entender quais são as novas prioridades das pessoas e o impacto delas na forma de consumir? Neste texto, listamos um apanhado dos perfis mais relevantes para 2023. Boa leitura!

Quem é o consumidor do futuro?

Foram tantos acontecimentos nos últimos anos, que, às vezes, a sensação é de que já vivemos uma década inteirinha, não é mesmo? Especialmente por conta da pandemia da covid-19, que alterou o modo de ser, estar e consumir no mundo.

O normal ganhou uma nova definição. O olhar do consumidor foi impactado. Os sentimentos ganharam mais intensidade. Para os negócios, se alinhar a essas novas percepções passou a ser essencial.

Nesse cenário, a WGSN identificou não um, mas quatro perfis de compradores que vão moldar 2023: Antecipadores, Novos Românticos, Inconformados e Condutores.

Antecipadores

Cautela. Essa é a palavra-chave que define os antecipadores. Em um cenário de incertezas na saúde, no trabalho, no aprendizado e no acesso a itens essenciais, ainda que as famílias e os indivíduos sejam financeiramente estáveis, ir com calma na hora de gastar é o lema deste perfil.

No entanto, há ainda outro sentimento que colabora com toda essa precaução: a culpa. Essa sensação tem diversas origens e pode ocorrer até mesmo por conta da impressão que não é certo gastar dinheiro considerando o contexto atual.

Para esse público, lidar com mudanças inesperadas na rotina se tornou uma dificuldade, seja uma entrega atrasada ou um produto esgotado no supermercado. Esses erros provocam um cansaço mental no grupo cujos cérebros captam tais situações como uma espécie de “ameaça à vida”, alerta o relatório.

O perfil de antecipador tende a ser mais cauteloso.

A atenção também se fragmentou. Há mais dificuldade e menos paciência para se dedicar a diversas tarefas. O abandono de carrinho é um clássico exemplo disso. O usuário desiste da compra para se dedicar a outra coisa, seja responder um e-mail ou até conversar com alguém.

Estratégias de engajamento

Para os Antecipadores, os refis automáticos ajudam a poupar tempo e são sustentáveis. Os serviços por assinatura colaboram com a criação de uma rotina, além da recompensa positiva que provocam no cérebro, gerando satisfação ao assinar um serviço.

A pré-venda também é uma tendência que agrada esse público, já que eles têm receio da indisponibilidade. E por serem compradores experientes, mas com tempo agitado, modelos de descontos inovadores tendem a conquistá-los.

Novos Românticos

Para os Novos Românticos, chegou o momento de se reconectar com as próprias emoções e redefinir o significado de coletividade.

Durante e após a pandemia, a importância da comunidade e da família moveu esse perfil cujas características podem ser comparadas às do Romantismo nas artes e na literatura, movimento que surgiu como oposição à Revolução Industrial. 

Contudo, os Novos Românticos são mais práticos e pragmáticos, distanciando- se dos ideais utópicos dos personagens que até hoje encantam leitores e atraem olhares.

O retorno à área rural — em grande parte potencializado pelo trabalho remoto —, a necessidade de mais espaço, a busca por uma vida mais acessível e “menos cheia” comprovam isso, especialmente entre os millennials.

Entre as premissas, os Novos Românticos desejam ressignificar o sentido de coletividade.

A busca do equilíbrio entre vida pessoal e profissional também é pauta dos Novos Românticos. Já que, se a produtividade aumentou, as jornadas também sofreram um impacto significativo. 

Surgiram ainda novas ferramentas de monitoramento de funcionários. De acordo com o relatório, “este novo enfoque no rastreamento de dados é frequentemente referido como gerenciamento de capital humano. […] Para os Novos Românticos, o desconforto de saber que estão sendo monitorados remotamente é mais um fator que os leva a reavaliar os próprios valores e a pensar mais nas pessoas e na comunidade”.

A atração por coletivos contemporâneos que contemplem uma vida mais sustentável, priorizem a diversidade racial, etária e socioeconômica é mais um conceito que atrai esse público.

Estratégias de engajamento

Entusiasmados por momentos sensoriais, os Novos Românticos desejam produtos que garantem conexão, que criem rituais. A defesa por materiais e substâncias encontradas na natureza também é uma causa do grupo. 

Além disso, depois da crise na saúde mental ocasionada pela pandemia, soluções para lidar com sentimentos negativos, como estresse, insônia, desconexão, etc, são uma forte demanda desse público.

Inconformados

A ideia de um futuro no qual tudo é possível graças à tecnologia, mas sem deixar de lado a comunidade, é o que move os Inconformados. Decepcionados com a assistência institucional e governamental em 2020, este grupo questiona as fundações e estruturas das sociedades em que vivem. Além disso, pressionam para que os problemas sejam resolvidos pela raiz.

Conforme o relatório, “há um despertar em massa de que as desigualdades raciais e educacionais estão interligadas. Como resultado, os Inconformados estão criando soluções para conquistar uma mudança sistêmica”.

Capazes de impactar os resultados financeiros de uma empresa, eles vão fechar negócio com quem promove a diversidade em produtos, serviços e até investimentos futuros.

Focados em desenvolver ações por e para si próprios, apoiar empresas e comunidades diversas também é uma premissa.

Há ainda a questão da autossuficiência, uma das prioridades dos Inconformados. Portanto, a preservação de recursos, sejam eles ambientais e financeiros, assim como a circulação do dinheiro na própria região são temas importantes para esse grupo. 

A ascensão de hortas e cozinhas comunitárias, assim como do re-commerce, são exemplos práticos que mostram a força dos Inconformados.

Os Inconformados são autossuficientes e almejam a preservação de recursos.

Estratégias de engajamento

Experientes em tecnologia, motivação política e social, os Inconformados querem itens que unam herança histórica, mas também progresso, que representem uma gama de vozes — são os produtos transculturais. Os rituais de bem-estar que possibilitam curas e proteções se unem ao ativismo

Aos olhos dos Inconformados, exaltar profissionais que colaboram com um negócio e são essenciais para fazê-lo funcionar é uma forma de garantir a fidelidade desse público.

Uma novidade nos marketplaces que também agrada a esse grupo é o modelo direct-to-investor (DTI), “direito ao investidor” — uma forma de garantir que pequenas empresas sobrevivam e prosperem após a pandemia. As caixas de assinatura com produtos de marcas distintas são um exemplo. Com isso, os consumidores se envolvem diretamente em iniciativas de negócios que promovem mudanças sociais de longo prazo, seja localmente ou ao redor do mundo.

Condutores

Adeptos das multitarefas, os Condutores são o quarto e último perfil de consumidor do futuro definido pelo relatório da WGSN. Para eles, novos desafios e novas experiências são demandas que agregam satisfação ao viver.

Com todas as adaptações que foram necessárias em 2020, novas habilidades também foram desenvolvidas. “O lar se transformou em escritório, bar, restaurante, pronto-socorro, escola e academia, e não podemos esquecer a explosão de hobbies, que vão da confeitaria à costura. Essas mudanças permitiram que a maioria das pessoas sobrevivesse a 2020 e algumas até prosperassem em 2020”, diz o relatório.

Nesse caminho, os Condutores foram capazes de canalizar efetivamente a energia que possuem em diferentes direções. A explicação se dá por conta da chamada flexibilidade cognitiva, habilidade neural que permite que as pessoas se alterem e avaliem as coisas de uma nova forma.

Três anos depois, em 2023, esse grupo continuará na procura de novas experiências e momentos altamente sensoriais. Não há limites, apenas espaço para a imaginação e novas ideias.

Essas mudanças de comportamento estão criando um novo setor de empregos que permite às pessoas monetizar pensamentos, habilidades e ideias. Exemplo: antes, a única opção de trabalho de um professor era na escola ou universidade; agora existem plataformas como MasterClass, Udemy e Outschool.

O perfil dos Condutores está transformando até mesmo os modos de trabalho.

Isso porque a pandemia normalizou o tempo passado em frente às telas digitais, que são capazes de aumentar as formas de criação de conteúdo.

Uma postura mais aventureira, com viagens mais lentas e sustentáveis que possibilitam conexão maior com comunidades locais, também faz parte da personalidade desse grupo.

Estratégias de engajamento

Os Condutores buscam novas experiências, inclusive aventuras virtuais. De olho nos mercados do metaverso, eles anseiam por recompensas virtuais que possam ser convertidas em dinheiro ou gratificações tangíveis. 

O comércio “e-terativo” tende a estimular a conexão com pessoas que realmente utilizam determinado item, não apenas sejam embaixadoras — o que influencia diretamente nas estratégias de marketing de influência. 

Seja no físico ou no digital, momentos nostálgicos, serviços multifuncionais e integração entre tecnologias também devem atraí-los.

Pontos de ação para atrair o consumidor do futuro

Agora que você já conhece quais são os quatro perfis de consumidor do futuro identificados pela WGSN, fica a questão: como atraí-los? O relatório traz ainda seis pontos de ação para essa nova era da indústria.

1. Atente-se ao poder da previsibilidade

Evite a falta de estoque para um grupo de consumidores que necessita de certezas, tem pouca atenção e privilegia a estabilidade financeira.

2. Priorize quem está de olho no preço

Com plataformas que ajudam na busca dos preços, é preciso que as marcas trabalhem para agregar valor e possam reter a fidelidade do consumidor que prioriza os valores dos produtos.

3. Aposte no lazer diversificado

Priorizando o autocuidado e os momentos com amigos, a família e si mesmos, um novo grupo está em busca de produtos que mexem com os sentidos. É o mercado das emoções que nasce a partir de serviços hipersensoriais.

4. Perceba como o ‘Consumentretenimento’ chega ao mainstream

Novas plataformas, ferramentas de livestreaming e a aceitação do consumidor de massa indicam esses espaços como canais de venda.

5. Mergulhe no metaverso

Especialmente no varejo, um novo canal digital chegou para transformar a forma como as pessoas compram, trabalham, se divertem e aprendem. 

6. Preocupe-se com ações éticas

De acordo com o relatório, “todos os grupos exigem mudanças positivas — sociais, ambientais e éticas”. Por isso, criar um plano de negócios que priorize as pessoas ao invés dos lucros é a premissa.

A conexão vai mover os novos perfis de consumidores em 2023.

Entre o digital e o humano, entender o que esse novo público sente, como se comporta e o que deseja é essencial para investir em conhecimento, serviços e estratégias que saciem as demandas dessas pessoas e faça com que seu negócio siga relevante.

Em resumo, para se destacar com esses novos quatro perfis de público, é preciso proporcionar o toque físico, acreditar no poder da conexão em tempo real e dedicar atenção plena.

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